terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tudo na hora certa!






Hoje, com alguns Km rodados na "estrada da maternidade", posso dizer que um dos grandes desafios desse caminho é (ou pelo menos deveria ser) a escolha da escola. Sei que ainda virão tantos outros, mas nessa primeira etapa admito que a escolha da escola é algo bem complexo!

Nossa primeira escolha foi simples: Bastava que fosse perto de casa e que tivesse um bom espaço para brincar. E então começou minha inquietação. Não, isso não bastava! Não para mim! Não para nós!

Após duas tentativas em escolas tradicionais percebemos nossa Menina infeliz, sem o brilho que ela costumava ter. Claro que poderíamos ter esperado um tempo maior (tentamos durante 3 meses), pois sabemos que as crianças acabam se acostumando! Acabam aceitando as nossas escolhas (nem sempre a melhor escolha) e se calando...Mas nós não ficamos indiferentes à infelicidade estampada no rostinho dela e decidimos procurar, escolher nosso Lugar!


Lugar de Arte. Um Lugar mágico, onde brincar era permitido! Sim, porque parece que criança brinca em qualquer escola, mas NÃO é verdade! São tantas as "obrigações", as atividades...e as brincadeiras são tão conduzidas pelo educador que sobra pouco espaço para a imaginação, para a criatividade! É tudo muito imposto...uma linha de produção! Falta espaço para a individualidade!
Mas lá no Lugar de Arte não! O faz-de-conta  e a criatividade eram permitidos e mais, alimentados! E então o brilho dela estava de volta. Desde o primeiro dia!
Foram dois anos de pureza, de vivência de valores que carregaremos para sempre! Um início de vida escolar que não poderia ser melhor. Lá fizemos amigos pra uma vida toda! 
Mas parece que a sociedade não está preparada para este tipo de educação...a preocupação com a competição, a idéia de que temos que preparar nossos Filhos para o vestibular, para o mercado de trabalho, faz com que esta educação com "menos afazeres" soe um tanto estranha...e então o Lugar de Arte não pode mais atender nossas crianças (nosso Pequeno, com 1 ano e meio já era aluno na época). E então começamos uma busca por uma nova escola. Junto com a busca veio o desejo de voltar a morar em São Paulo.
Foi onde novas possibilidades brotaram.

Durante alguns anos vinha cultivando uma silenciosa admiração pela pedagogia Waldorf. E agora a possibilidade existia. E lá fomos nós!

Não vou dizer que não dá um frio na barriga! Dá! 
Dá porque é diferente, porque é praticamente contrária ao que todas as escolas fazem. Mas nós encaramos. E os frutos estamos colhendo. Lindos  e saborosos frutos!

Algumas pessoas pensam - erroneamente - que essa pedagogia (que vai muito além de uma simples linha pedagógica) permite muita liberdade às crianças, que elas fazem o que querem. Muito, muito errado esse pensamento. 

Não, as crianças não usam uniformes. São agrupadas dependendo da idade cronológica e emocional. O maternal acolhe crianças desde 1 ano e meio até quase 4 anos. E o jardim é composto por crianças desde 3 até quase 7 anos. 
Estes espaços são palco de uma rica troca. Os mais velhos ajudam os mais novos. E os mais novos, aprendem com os mais velhos. E assim, sucessivamente, aprendem o importante valor do cuidar e ser cuidado.

A Professora é figura de total respeito. Ela conduz a sala de uma forma firme e amorosa, onde orienta o início de ricas brincadeiras e deixa os Pequeninos criarem...e a imaginação vai longe! Vai  muito longe...Um pedaço de pau, folhas que caem das árvores, pedaços de pano se transformam em um mundo de possibilidades. 

As épocas do ano são profundamente celebradas. As estações do ano, a maturação das lagartas, o eclodir das flores na primavera...músicas, poemas, cores e sabores trazem, para dentro de nossas casas, sentimentos de gratidão, amor e respeito.

Tenho lido muitas matérias questionando nosso sistema de educação, criticando a competição desmedida e o bombardeio de informações que nossas crianças têm sofrido (TV, computador, IPhone, IPad, vídeo game, etc). Dá-se muito a eles e cobra-se demais! Exige-se foco e atenção! Quando não correspondem às nossas expectativas, são levados a consultórios e, muitas vezes, diagnosticados com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). 


Cada vez que me deparo com uma matéria dessas dou um suspiro de alívio. Alívio por permitirmos que nossos Filhos sejam crianças, inocentes e sonhadoras.  Alívio porque eles acreditam sim em Fadas, em Gnomos, por viverem num mundo de faz-de-conta, criando castelos e histórias sem fim. Se eles são alienados? 
Sim, são saudavelmente alienados!!!


Tudo na hora certa!


Com amor,


Lu







2 comentários:

  1. Olha só que coisa, uma grande amiga me indicou seu blog pelas festas lindas. Sou boleira e amo tudo deste universo.
    E meu marido é psicólogo antroposófico. E é super raro encontrar outras pessoas que conhecem a pedagogia Waldorf.
    Que surpresa encontrar essa postagem!!!

    Não tive o prazer de ser uma aluna Waldorf, mas tenho amigos que estudaram lá a vida toda e hoje são pessoas completas, super inteligentes, cursaram boas faculdades e possuem trabalhos incríveis. Não tenha dúvidas, a escola que você escolheu é maravilhosa, e os frutos são sempre muito doces.

    Adorei seu blog, suas festas lindas e sua escolha educacional!!rs

    Um abraço,

    Ana

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  2. Aninha...que delícia seu comentário!
    É realmente raro encontrar pessoas que seguem essa pedagogia...ou seria um estilo de vida?
    A verdade é que nós nos encontrramos nesse universo e meus Filhos são muito felizes na Waldorf.
    Percebo que crescem de um modo muito natural e saudável!
    Eu também não fui waldorf, mas antigamente acho que éramos waldorf por natureza. Fui criada no interior de uma forma simples e cheia de amor.
    Bom te ter por aqui.
    Obrigada pelos elogios...fiquei muito feliz!
    Me manda seu contato pelo e-mail atelie.felizidade@gmail.com.
    Vamos fazer contato...acho que temos muito em comum!
    Beijo grande,
    Luciana

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